⤳ Época Literária
"Bocage foi um poeta português do período neoclássico e um dos precursores do Romantismo em Portugal."
"A obra de Bocage está repleta de lirismo, erotismo, individualismo e sátiras, com uma linguagem neoclássica, ou seja, clara, abreviada, correta e pomposa. Os temas mais explorados são: bucólicos, pastoris e da mitologia clássica."
"Nas “Rimas”, Bocage deixa transparecer uma escrita de emotividade e uma formação clássica mas que se liberta deixando antever o estilo romântico que dominará Portugal no século XIX."
⤳ Liberdade Querida e Suspirada
Liberdade querida, e suspirada,
Que o despotismo acérrimo condena;
Liberdade, a meus olhos mais serena
Que o sereno clarão da madrugada:
Que o despotismo acérrimo condena;
Liberdade, a meus olhos mais serena
Que o sereno clarão da madrugada:
Atende à minha voz, que geme e brada
Por ver-te, por gozar-te a face amena;
Liberdade gentil, desterra a pena
Em que esta alma infeliz jaz sepultada.
Vem, oh deusa imortal, vem, maravilha,
Vem, oh consolação da humanidade,
Cujo semblante mais do que os astros brilha:
Vem, solta-me o grilhão de adversidade;
Dos céus descende, pois dos céus és filha,
Mãe dos prazeres, doce Liberdade!
- A composição poética começa com uma invocação à liberdade, estas palavras indicam a intensidade do desejo do poeta por liberdade. Este desejo pode ser interpretado tanto no sentido político quanto pessoal, refletindo as experiências de Bocage, dado que o poeta viveu em um período de grandes mudanças e desafios políticos em Portugal. Para além disso, o poema também aborda o sofrimento que acompanha a ausência de liberdade. A ausência da liberdade é vista como uma condição que agrava o sofrimento humano, mostrando o quanto a liberdade é essencial para a felicidade e o bem-estar.
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